Para entender todos os mercados que estão surgindo precisamos entender primeiro o que é o cânhamo.
Depois do Bamboo é a planta que cresce mais rápido e estima-se que foi a primeira planta domesticada pelo homem, a mais de 12 mil anos, sendo utilizada principalmente para fazer cordas por ter fibras longas e muito resistentes. Com a proibição, essa utilização também foi proibida.
Foi apenas em 2018 que o EUA promulgou a Farm Bill que estipulou que a cannabis com um percentual menor que 0,3% de THC do peso das plantas colhidas e secas voltasse a ser permitida. Essa planta é chamada de hemp ou de cânhamo.
A união Europeia estipulou que o cânhamo deveria ter um percentual menor que 0,2% de THC. O mercado da cannabis tem trabalhado para unificar a essa medida.
No Brasil ainda não existe essa distinção, sendo considerado tudo cannabis e, qualquer produto, independentemente da quantidade de THC presente, precisar de receita médica para ser comprado.
Diversos produtos podem ser feitos com o cânhamo. Estima-se que existam mais de 25 mil utilizações com as diversas partes da planta.
Com as flores podemos produzir os óleos sem THC muito utilizados medicinalmente. Existem diversas patologias que podem ser beneficiadas com o canabinoide CBD, dessa forma, óleos vindos das flores de cânhamo são uma ótima opção para a fabricação desses produtos já que as flores de cânhamo não têm um THC expressivo.
Já com o caule, podemos utilizar suas fibras para a fabricação de diversos produtos: como roupa, produtos substitutos ao plástico, produtos substitutos ao concreto e etc. As sementes podem ser utilizadas para a fabricação de cosméticos, alimentos e bebidas. Já as folhas, por serem superabsorventes, são utilizadas para cama de animais e para a formação de adubo.
Elas ainda são responsáveis por uma das maiores vantagens das plantas de cannabis: elas têm uma alta capacidade de absorção do CO2. Dessa forma o plantio de cânhamo e de cannabis são vistos como uma ótima opção quando pensamos no meio ambiente.
Temos ainda as raízes, da mesma forma que as folhas, são responsáveis pela vantagem ambiental. Isso porque as raízes são longas e auxiliam os solos na regeneração e na prevenção de erosões.
Com todas essas utilizações a cannabis tem muito a contribuir com os objetivos da ONU para 2030 e não é à toa que vários países estão atentos e aos poucos estão liberando a utilização do cânhamo.
Hoje temos mais de 30 países que já liberaram o cultivo e o uso de produtos de cânhamo. Temos além do EUA, a Austrália, Israel, Japão, e toda a União Europeia. O mercado global atingiu U$ 4.13 bilhões em 2021 e deve atingir U$16.75 bilhões até 2030. O mercado Têxtil representa a maior parcela desse mercado com 24,5% do mercado total. As fibras já eram utilizadas pelos nossos antepassados e o cânhamo tem se mostrado uma ótima opção em tecidos por ser resistente e natural.
O mercado de Personal care e o mercado de alimento e bebidas ocupam a segunda e a terceira posição, mas estão muito próximos um do outro, representando 16,8% e 16,7%.
A quarta posição ficou com os Pet. Esse é um segmento com grande potencial de crescimento. Os animais também apresentam um sistema endocanabinoide que, da mesma forma que em nós, interage com os componentes da cannabis.
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