Quem nunca se sentiu ansioso? Provavelmente ninguém, pois a ansiedade é uma reação normal à experiência de estresse vivida por uma pessoa. Podemos dizer que ela é esperada em um indivíduo que se depara com uma situação desafiadora, nova ou que cause medo. No entanto, enquanto reações ansiosas podem ser consideradas parte normal da vida, a ansiedade exacerbada ou constante pode ser debilitante, comprometendo a qualidade de vida e a funcionalidade da pessoa. Nesse caso, configura quadro patológico.
A vida moderna é naturalmente geradora de ansiedade, com nosso modo de viver cada vez mais pressionado pelo tempo. A aceleração da tecnologia, da informação e das ideias exige que sejamos mais ágeis, dinâmicos e resolutivos, sempre correndo atrás de metas, deadlines, compromissos “inadiáveis”...
O preço que pagamos é alto, sendo o estresse, a depressão e a ansiedade grandes responsáveis pelo desenvolvimento de diversas patologias, respondendo por boa parte das faltas ao trabalho por doença.
Quando a ansiedade passa a ser um problema de saúde, como tal exige tratamento. Nesse caso, a medicina, incontestavelmente, evoluiu nas últimas décadas, desenvolvendo inúmeros medicamentos chamados “ansiolíticos”. No entanto, como toda medicação controlada, esse tipo de fármaco costuma vir carregado de efeitos colaterais e, quando administrado a longo prazo, pode causar tolerância e dependência. Em outros casos, mesmo com o uso de mais de um medicamento, o paciente não consegue ter seus sintomas adequadamente controlados.
Nesse contexto, ganham força os tratamentos com derivados da cannabis sativa, os famosos canabinoides, especialmente o canabidiol (CBD) - pelo seu efeito ansiolítico e baixo perfil de efeitos colaterais e interações medicamentosas. Além disso, pesquisas clínicas vêm mostrando resultados positivos com esse tipo de tratamento, de forma crescente.
Atualmente, os canabinoides ainda não são considerados tratamentos de primeira linha para transtornos de ansiedade. Mas, enquanto tratamento complementar ou alternativo aos fármacos tradicionais, essa nova classe terapêutica é mais uma possibilidade para pacientes que não encontram resposta satisfatória nos ansiolíticos. É, também, uma estratégia para pacientes com impossibilidade de manter o tratamento anterior devido a efeitos indesejados ou interações medicamentosas.
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